sábado, 11 de abril de 2020

Dialogando - Sobre os Prazeres

Prazer e sexo são pecados? Como a espiritualidade vê os prazeres? Qual é a solução para o sofrimento? Sofrer significa a ausência de dor? 



Já que falamos sobre as dores, aqui, me parece natural que conversemos também sobre os prazeres, porque afinal a vida não é apenas sofrimento. 

 Lembrando que tradicionalmente o assunto deste portal foca-se em filosofia, política e Direito, sempre trazendo uma crítica racional ao contemporâneo, no entanto, não só de razão vive o homem, não só de coisas mundanas, o espiritual é igualmente necessário e bem vindo. 

 Portanto, neste intuito de abranger as necessidades do homem como um todo surge a série Dialogando, que abordará assuntos mundanos sobre uma perspectiva espiritual.

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O LADO POSITIVO DOS PRAZERES


  É inegável que sentir prazer é bom, e em alguns casos muito bom, de modo que uma vida com ausência de prazeres é miserável, do mesmo modo do que a falta de esperança de superar uma grande dor consiste em uma vida depressiva.

  A felicidade está intrinsecamente relacionada aos prazeres, mundanos e espirituais, de modo que não se pode admitir uma filosofia baseada na privação dos prazeres.





  Até mesmo existem filosofias, como o Ascetismo e Estoicismo, que buscam uma paz interior e a divindade através da privação de prazeres carnais, e até em algumas visões o sexo e demais prazeres são considerados pecados, como a gula e a luxúria.

 No entanto, note-se que até mesmo nas filosofias mais radicais, não são capaz de extirpar totalmente os prazeres, porque até mesmo a tranquilidade, a paz de espírito e a retidão moral são formas de prazeres.



O PRAZER ALÉM DA DOR


  Afirmar que os prazeres são importantes não significa dizer que seu excesso não pode ser negativo para a vida humana. Nesse sentido inclusive o prazer possuí uma relação muito intima com o sofrimento, isto porque o prazer pode levar ao sofrimento, e o oposto é verdadeiro.

  Anos de festa e diversão podem a levar, costumeiramente, a um período de sofrimento onde as consequências de uma vida desregrada aparecem, e momentos de dedicação podem trazer bons frutos.

  Ainda o prazer de um pode trazer grandes tristezas a outros, como por exemplo o barulho de música alta incomoda a vizinhança.

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 Por tal razão, algumas religiões e inclusive correntes filosofias, como o Epicurismo, afirmam que deve haver uma moderação dos prazeres. Quanto a filosofia, esta coloca que se deve buscar o prazer apesar da dor, no entanto, sem haver excessos, pois o próprio prazer desta forma trará a dor, o que é um contra-senso.

  Além, a preocupação com o bem do próximo visa justamente a existência de prazeres para todos, uma vez que atingindo a esfera de intimidade prejudica o prazer do próximo.

  Nesse sentido Kant já dizia que o direito e liberdade de um vai até o direito de outro, não podendo em prol de seu direito violar o direito de outrem, e isto está muito relacionado com os excessos de prazeres está muito relacionado com o bom senso e convivência em sociedade.



A SOLUÇÃO PARA O SOFRIMENTO



   Não que todas as dores estão relacionadas com uma relação doentia dos prazeres, nem que não esteja, mas muitos sofrimentos surgem justamente de uma falta de controle das alegrias materiais, como, por exemplo, o corpo físico sofre depois de uma caminhada longa e cansativa, o espírito também sofre as consequências do abuso dos prazeres.

   Por outro lado a ausência dos prazeres também é nociva, ao corpo e ao espírito, de forma que há de se buscar equilíbrio saudável entre dor e prazer, entre o mal e o bem, um verdadeiro Yin Yang.

   Não é verdade que a felicidade é a total ausência de dor, porque o sofrimento é natural na vida, um ser feliz é aquele que sabe usufruir a vida apesar dos momentos tristes, é aquele que sabe que sofrer faz parte, que possuí esperança para que os dias difíceis simplesmente passem, e que possuí a consciência que de fato passaram.

  No entanto, não existe um manual ou fórmula para a felicidade, aprender a superar a dor é uma caminhada, faz parte do desenvolvimento pessoal de cada pessoa, a vida é, no fim das contas, um eterno aprendizado, cada tropeço, cada obstáculo tem o condão de tornarmos mais fortes e preparados para enfrentar a próxima onda.


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