segunda-feira, 12 de março de 2018

Sexo: O Pecado do Século?


Vamos falar de sexualidade?

Novamente o Ágora volta a tratar de um tema polêmico, não é a primeira vez, já falamos de nudez em relação a arte e escrevemos muitos textos onde a opinião é bem diversificada. Mas são justamente estes textos os melhores, geram os debates mais acirrados e empolgantes, porém, lembre-se de manter o respeito e a cordialidade, ok? 

O interessante de viver em sociedade é a existência de uma grande pluralidade de opinião, para alguns, seja no cotidiano, nas redes sociais ou em novelas/filmes, ocorre um aumento na dita obscenidade, principalmente representada pelo sexo casual, promiscuidade e a pornificação do entretenimento, não que esta seja minha opinião, que fique claro, estou apenas exemplificando o que uma parcela da população pensa.  


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Mas até que ponto a promiscuidade e a sexualidade pode ser ruim para o indivíduo e para a sociedade? 



O tema sexo é sempre um alvo de tabu, mas devemos desconstruir esta proibição de que é proibido falar de sexo, afinal a sexualidade é uma parcela responsável pela felicidade, o que se faz em quatro paredes reflete para fora do "quarto".

Seja pelo avanço científico, pelas revoluções sociais, pela luta feminista, pelo surgimento de métodos anticoncepcionais, cada vez existe mais liberdade sexual, as pessoas transam mais, a nudez e a sensualidade está diariamente presente no cotidiano.

Certamente que a atual geração possui uma liberdade sexual, em vários sentidos, mas o aumento na quantidade de vezes que se faz sexo não representa necessariamente um problema, mas sim, os motivos que levam uma pessoa a transar, ou a não transar.

Muitos comportamentos que outrora eram tratados como transgressões, doenças hoje, com razão, é visto como de fato é, com normalidade, há diversas formas de amar e de buscar prazer, aceitar isto está intimamente ligado com felicidade, inclusive a sexual. 

Fazer sexo é bom e saudável, mas nem tudo são flores, há sim comportamentos doentios em relação ao sexo, mas é importante citar que tanto o excesso como a falta total são nocivos à saúde física e mental do ser humano, tanto para o masculino como para o feminino. O que se encaixa totalmente na filosofia de Epicuro, quando este prevê o equilíbrio necessário no usufruto dos prazeres.



Não fazendo um juízo de valor, pois trata-se de quesito religioso, mas tratar o sexo, prazeres em geral, como um pecado pode trazer grandes prejuízos à psique humana, uma má relação com a sexualidade representa um relacionamento pobre consigo mesmo, certas necessidades humanas negligenciadas irão no futuro produzir traumas e incômodos. 

A época de repressão sexual, onde o prazer era proibido e que o sexo tinha apenas função reprodutiva a muito ficou para trás. 

"A castidade é a mais anormal das perversões sexuais"
- Aldous Huxley 
 
Igualmente importante é desmistificar a transa, os desejos sexuais são naturais e pertencem a natureza humana, são frutos de nossos instintos e provém do que há de mais inconsciente da mente humana. Não é coerente culpar-se por ter desejos, mas sim com o que se faz com eles. 

O corpo humano e toda sua sensualidade são de certa forma sagrados, conhecer a si mesmo é reconhecer o divino interior de cada ser, e o atual contexto sociológico entende que o indivíduo pertence a si mesmo, portanto a pergunta que deve ser feita é, se quando um homem ou mulher faz cenas sensuais, ou até mesmo obscenas, este indivíduo está agindo desta forma para agradar outros, ou para satisfazer a si mesmo. 

Aqui não sugere-se um egocentrismo nem uma necessidade de sermos egoístas, afinal, sexo se faz em dois, no mínimo, mas sempre lembrando a importância de respeito a si mesmo, de não atender os impulsos sexuais apenas com o fim de agradar outros ou ter outro tipo de benefício que não seja o aperfeiçoamento da consciência interna. 



Outro ponto, é necessário combater a objetificação do sexo oposto, que geralmente por causa do machismo é o feminino, e não é por que isto é  nocivo ao outro, mas porque torna impossível alcançar um alto nível espiritual, que é representado pela união dos sexos, isto porque a psicologia enxerga o sexo não apenas em seu lado carnal, mas também em relação ao lado inconsciente humano. 

É importante lembrar que a mulher deve ser vista além da posição de mãe/esposa, a imagem da mulher como recatada e dona do lar deve ser superada, o prazer da mulher como um todo deve ser respeitado. 

Leia o trecho do livro A Prostituta Sagrada de Nancy Qualls-Corbett: 

"Apaixonar-se é sempre o resultado de uma projeção; não é o sentimento maduro de respeito e admiração pelo outro; pelo contrário, ama-se um aspecto de si mesmo. Quando os parceiros não vivem de acordo com as exigências da projeção (e nenhum ser humano tem possibilidade de fazê-lo) , a projeção não pode ser sustentada; a realidade da pessoa é percebida, e pergunta-se então:"O que via eu nele (ou nela)?" (QUALLS-CORBETT, Nancy. A Prostituta Sagrada: a face eterna do feminino. Editora Paulus, São Paulo: 1990).

O ato sexual acima de tudo é uma entrega para com o parceiro sexual, uma dedicação ao prazer mútuo e um compartilhamento de privacidades, logo não é possível ter uma interação perfeita se não há respeito sobre o que o outro é, como também a falta de aceitação de si mesmo é prejudicial. 


Um homem que percebe a mulher como "ameaça" ou como ser inferior não possui uma interação perfeita de seu lado emocional, ou seja, agride-se a si próprio, o que torna o sexo um ato estéril e apenas instintivo. 

Porém, ter respeito ao próprio corpo não significa ser casto ou santo, não pretende-se nestes termos que homens e mulheres evitem expor suas intimidades, ou que deixem de ver a nudez de outros, seja presencialmente ou por meio da televisão por exemplo, mas sim protestar contra a objetificação do corpo, seja masculino ou feminino. 

Tornar o corpo humano um objeto vai contra o respeito à espiritualidade interior da sexualidade pois utiliza o apelo sexual para alcançar coisas além do que a satisfação pessoal e a felicidade, como o lucro ou fama por exemplo.


Portanto, para concluir em minha opinião não há pecado nenhum no sexo, a sua sexualidade, em seu excesso ou negligência pode explicar muitas coisas na vida individual ou coletiva. Certamente é um assunto complexo, mas qual é a sua opinião sobre o assunto? Como encara a nudez no cotidiano moderno? As produções de entretenimento estão muito apelativas?


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2 comentários:

  1. A exposição da nudez humana, é uma questão cultural e depende do puritanismo social...

    No Ocidente cristão, homens e mulheres, andam de cara destapada e despem-se quase totalmente nas prais.

    No Oriente islâmico, os homens andam de cara destapada e as mulheres com ela tapada; nas praias, o mesmo!!!

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    Respostas
    1. Excelente comentário, devemos evitar tanto o excesso de puritanismo como também o excessos dos prazeres

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