terça-feira, 31 de março de 2020

Sobre as dores







    Por quê sofremos? Por quê existe a dor? Como acabar com a dor? Para que serve o sofrimento?


  Sim, eu sei, esta não é exatamente a temática, aqui falamos mais sobre política e filosofia, e as vezes as duas coisas ao mesmo tempo. 

No entanto, sinto a necessidade de abranger outros assuntos, em especial este, problemas da espiritualidade, os problemas psicológicos, como dores, sofrimentos, mágoas, que os seres enfrentam no seus cotidianos. 

Este momento de crise e quarentena não poderia ser mais preciso, palavras de motivação e fé, seja de qual origem forem, se fazem necessárias com força. 

Como o próprio título deixa claro, hoje vamos conversar sobre a dor, viver é um ato de constante sofrer. Bem aventurados são aqueles que encontram o prazer na vida apesar da dor. 

"Tudo é dor; e a dor vem do desejo de não sentirmos dor"
- Renato Russo. 

Por que sofremos?



É difícil achar com rigor científico as origens das dores, sendo estas inúmeras, mas existem alguns apontamos a seres feitos.

Sofremos por várias razões, tanto física como mentalmente, mas o principal motivo trata-se da tendência de querer ser feliz o tempo todo, o homem encontra a plenitude quando entende a utilidade do sofrimento e naturalidade da existência de pontos baixos e altos na vida, até lá o ser irá se perder na busca pela felicidade. 

Para ler mais especificamente sobre a felicidade, leia: 


É na dor e na dificuldade que possuímos a possibilidade de crescimento, são momentos de crises que quebram paradigmas, que possibilitam o surgimento de uma nova realidade, tanto a nível individual como coletivo, pois é, quando sofremos que nos esforçamos para sermos melhores, para sermos uma versão melhor de nós mesmos.

Inclusive algumas religiões, senão a grande maioria, abraçam as dores como parte de sua doutrina, como o cristianismo, budismo e espiritismo, não tendo a dor como um objetivo para o ser, mas a superação dos limites individuais e coletivos através do sofrimento.



Inúmeros são os exemplos:

Mateus, 5:4,6 e 10:
"Bem-aventurados os aflitos que choram, pois eles serão consolados. Bem aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus".
No budismo, a própria história da vida do Buda Sidarta Gautama é um exemplo sobre a superação das dores, limitações e vícios da vida humana.

No espiritismo e outras vertentes espiritualistas muito se fala sobre a importância do sofrimento, das provas e expiações que o ser precisa passar na terra para completar seu desenvolvimento espiritual.

Como acabar com a dor?



Apesar da importância da dor para o progresso humano é igualmente natural que o homem procure o fim de suas dores, afinal, ninguém gosta de sofrer, muito embora a dor seja uma constante na vida, muitas vezes a solução de um problema leva a outra, é quase uma lei natural.

Talvez, o primeiro passo é a consciência da certeza da dor, sofrer é inevitável, não há um ser que não sofra na Terra, e se surgir um homem sem dor na sua vida este ser será algo a mais do que uma simples criatura, será um deus.

A partir do reconhecimento do sofrimento é possível buscar a solução para o sofrimento, daí o ser começa sua caminhada na espiritualidade, ao buscar a solução para suas dores acaba por descobrir muito sobre si mesmo e sobre as coisas do mundo. Bem aventurado àquele que busca iluminação em prol de diminuir seu sofrimento.


O aprendizado sempre será um projeto de iniciativa individual, exige impulso do ser, mas é um trabalho comunitário, todos na coletividade possuem papeis no aprendizado de cada um, cada pessoa possuí o que ensinar e o que aprender.

Na medida que, cedo ou tarde, o ser aprende que para "acabar" com sua dor de forma "definitiva" deve se doar em prol da coletividade, "é curando, que se é curado", é "amando, que se é amado", "é perdoando, que se é perdoado".

Não podemos exigir auxílio do Universo quando não agimos em prol de ninguém, quando nos doamos ao próximo, nas diversas formas possíveis, começamos uma mudança junto à coletividade, o simples ato de doar cura nosso coração, mas, também, de certa forma inicia uma roda de solidariedade, um círculo do bem que uma hora ou outra irá retornar.

No entanto, a solidariedade com o único fim de benefício próprio, seja pela roda do bem ou pela publicidade, não basta, é necessário que esta seja natural e ingênua, porque fazer o bem é um dever de qualquer criatura consciente, e quando o homem entender isso alcançaremos outro patamar, onde o sofrimento começará a ser superado.


Não é um assunto fácil, claro que precisaria muito mais palavras para detalhar tudo que envolve a dor e os sofrimentos, no entanto, a brevidade é necessária, talvez, continue esta série sobre espiritualidade, deixe nos comentários se você gostou do texto, deixe sua opinião.

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