segunda-feira, 16 de julho de 2018

Preconceito Genético - O que o Futuro nos Reserva?


Muitas coisas herdamos de nossos pais e avós, como cor dos olhos e cabelos, estatura e porte físico, e muitas vezes até comportamentos e trejeitos. 

Mas quem nunca ouviu a frase: "Tão inteligente como o pai/mãe dele/a".

É o famoso "filho de peixe, peixinho é".

O mais interessante é que o conhecimento humano na genética ainda é muito superficial, porém, por isso mesmo esta é uma área da ciência que avança muito, tendo todo ano descobertas inovadoras, e algumas chocantes. 

Hoje, o intuito desse artigo é colocar em evidência as consequências e reflexos de uma nova descoberta da genética e da neurociência. Ahhh as polêmicas do biodireito

Foi descoberto que a inteligência tem origem metade nos genes que herdamos e metade na educação que recebemos!!

Em uma pesquisa, cientistas americanos e finlandês, compararam gêmeos idênticos com pares de gêmeos fraternos. 40 pessoas passaram por testes de QI e exames cerebrais, 95% dos gêmeos idênticos - com exatamente o mesmo genoma - tiveram resultados muito semelhantes, enquanto nos gêmeos fraternos - que não possuem o mesmo material genético - somente 60 % tiveram resultados iguais. 

Para mais detalhes leia a reportagem da superinteressante: Fonte. 

QUAL É A PROBLEMÁTICA? 




Vamos fazer um exercício de imaginação. 

Hoje a humanidade pouco sabe sobre genética e o "mapa dos genes", mas imagine um futuro onde novas descobertas ocorram, certamente haverá algumas mudanças na vida cotidiana, afinal a ciência não tem como objetivo ficar apenas na prática. 

Talvez um dia as pessoas poderão pagar para escolher as características genéticas de sua prole através de manipulação genética, inclusive a capacidade de inteligência, a qualidade das ligações nervosas, as aptidões físicas etc. 

Lindo né, nem tanto caro padawan leitor. 

Não assim tão simples, porque certamente não seria um procedimento simples, e por ser de alta complexidade provavelmente seria caro, sendo então disponível quase que exclusivamente a pessoas da classe alta. 

E aqui eu enxergo uma utopia digna de Aldous Huxley, não haveria apenas uma desigualdade social e financeira, mas genética, teoricamente quem tiver muito dinheiro teria acesso aos melhores genes, o que logo resultaria em duas classes distintas: 

  • APRIMORADOS GENÉTICOS: uma pequena minoria da população, mais rápidos, saudáveis, inteligentes, com uma maior expectativa natural de vida, mais adaptados à condições climáticas. Possuiriam os melhores cargos e profissões, ocupariam os principais cargos e funções políticas por terem uma vantagem intelectual.
  • NÃO-APRIMORADOS GENÉTICOS: a grande massa da população, mais suscetíveis às doenças e condições climáticas, corpo e intelecto evoluídos de forma "natural", ocupam os empregos e profissões de trabalhos manuais e insalubres. 
Claro que aqui estamos partindo de um pressuposto teórico onde a manipulação genética e a neurociência fossem capazes de selecionar inclusive a inteligência, o que é um futuro distante, mas perceba que nesta realidade alternativa existira um preconceito contra os "não-aprimorados". 

Mas voltando a nossa realidade, em futuro não tão distante, onde apesar de não ser possível selecionar genes mas que os genes responsáveis por desenvolver um QI alto fossem conhecidos, quais seriam as consequências?

PROTEÇÃO GENÉTICA 


Vejo que muito em breve se falará em proteção genética, nossa genoma fará parte de nossa intimidade, porque ele diz muito sobre nossas características pessoais. 

Existiram muitas utilidades de uma genética avançada, que sabe a função de cada gene que a pessoa possuí e que seria de fácil acesso através de um exame, como:
  • Investigação criminal: a justiça poderia requisitar o exame para descobrir se o investigado possuí tendências homicidas, psicopáticas, ou qualquer outro distúrbio psicológico; 
  • Entrevistas de emprego: algumas empresas pediam teste negativo de gravidez, o que hoje é ilegal por violar direitos da mulher, no futuro pediriam teste genético para ver se o candidato está apto a exercer a função; 
  • Relacionamentos afetivos: sites de encontros românticos poderiam utilizar comparações genéticas para dar "matchs" perfeitos. 
  • Testes vocacionais: agências de empregos indicaram seus clientes às profissões mais adequadas as suas condições genéticas. 
O futuro reserva muitas possibilidades para o uso das descobertas científicas mas provavelmente a "utilidade", ou até mesmo moralidade, dos avanços genéticos não será absoluta, a ponto de que surgirá movimentos dos direitos humanos a favor da proteção do sigilo genético, afinal, a quem pertence o direito de decidir sobre a consulta dos próprios genes?

Fazendo uma analogia com que o direito já conhece na prática sobre a intimidade, os tão famosos, e polêmicos "nudes", a sua divulgação somente se torna ilegal se divulgada sem o consentimento da pessoa que teve sua intimidade fotografada, assim, da mesma forma deverá funcionar em relação aos genes, deverá haver a autorização de cada indivíduo.

Será que estaremos pronto para uma realidade com tecnologias tão incríveis? Não sei, por isso mesmo devemos estudar e discutir desde já, por mesmo que este futuro esteja muito distante, devemos desde já todos os aspectos, morais, éticos, religiosos, científicos, jurídicos, utilitaristas, pragmáticos etc.


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Como seria nossa sociedade se tivéssemos acesso à tecnologia de manipulação de alto nível como as descritas neste artigo? Quais seriam as consequências éticas e morais? Participe nos comentários!

Até a próxima!


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