segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Comportamento humano e a Sociedade

  Este artigo foi atualizado em: 23 de outubro de 2017. 

Para a estreia da Ágora do Pensamento escreverei sobre um tema de muito valor, a natureza humana e seu comportamento animal, com foco na interação do indivíduo com a sociedade e o impacto na geração de violência.

  Primeiro há de ser discutido o que é a natureza humana, segue diversos pontos de vista sobre o assunto:

  Platão tem uma visão dualista do homem.

 Para ele seriamos composto de duas substâncias: o corpo, uma substância material e a alma ou mente, entidade não-material. Apesar de ser um animal racional tem o inconsciente grande papel no comportamento humano.

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  Freud, através da psicanálise deixa bem claro o impacto da psique no comportamento humano, pois sendo um animal age, inconsistentemente, por instinto. O fato de ser racional não implica no domínio da parte inconsciente do indivíduo.

  A essência da natureza animal se trata sobre sobrevivência, uma característica extremamente cruel e egoísta, pois para sobreviver o animal é capaz de eliminar outros.

  O biólogo Lorenz, uns dos fundadores da etologia, ciência do comportamento animal, entende que algumas características importantes do comportamento animal são inatas.

Veja mais como funciona a ação humana: aqui 

  Ainda enfatiza que o ser humano descende de outros animais, sendo assim este apresenta uma continuidade tanto no aspecto fisiológico como comportamental.

  Isto explicaria vários fatos sociais, como o individualismo, guerras e a violência excessiva. Pois o homem, instintivamente ou não, agindo com egoísmo (como um animal) gera uma sociedade problemática, pois esta não se comporta como um só indivíduo,  como deveria ser, mas como diversos indivíduos imperando a lei do mais forte sobre o mais fraco.

  O pensamento que a sociedade se compõe da interação de diversos indivíduos independentes pertence a filosofia mecanicista. Para esta teoria o homem é livre para escolher viver em sociedade, não sendo isso uma necessidade.

   Já o Organicismo, corrente filosófica originada no pensamento de Platão e Aristóteles, no qual o homem é um ser social e o fato de viver em sociedade é uma característica inata e necessária.

  Ou seja, para não viver em sociedade seria necessário ser algo a mais (um deus) ou algo a menos (um bruto).

  Assim, a sociedade, por essa teoria, se comportaria como um só organismo, estando assim um cooperação múltipla para o bem comum. Nesse tipo de sociedade atitudes egoístas e individualistas não teriam espaço nem sentido pois a agressão ao próximo seria uma agressão a toda sociedade e por consequência a si mesmo.

   Já para a corrente Mecanicista esta lógica não tem validade, pois não existe uma ideia de espírito de unidade.

  Assim podemos concluir que, entre outros fatores a violência tem como causa a característica instintiva do ser humano. O ser humano tende a comporta-se de forma egoísta e individualista, quando deveria ter um comportamento verdadeiramente gregário trazendo um significado de comunidade para a sociedade.

 A grande questão a ser respondida é qual corrente possui razão nesta discussão, pelo fato acima citado pode-se perceber que na realidade atual vivemos o mecanicismo, pela sua característica individual. Porém, ao menos em minha opinião, apesar da corrente mecanicista pertencer no mundo do ser, a corrente organicista está no mundo do deve ser, ou seja, o estado ideal da sociedade.


     A Sociedade Organicista me parece ser utópica, pois não podemos encontra-la, a princípio, nem na natureza. Até mesmo a sociedade das formigas, notoriamente conhecida pela sua organização, é injusta, tendo diferentes cargas de trabalhos.  

  Podemos ver os efeitos do mecanicismo na atualidade tanto internacionalmente, por exemplo guerras e conflitos no oriente médico, como também vários fatos ocorridos no Brasil, como os escândalos do mensalão e a Lava-Jato.

    Sob a óptica discutida neste texto a corrupção existe por um sentimento individualista e egoísta, priorizando interesses privados aos coletivos. O excesso de violência na rua é outro bom exemplo, no qual o criminoso cumpre seu objetivo não tendo importância, para ele, a vida do próximo.

      Deste modo, a violência e agressões só terão fim quando a sociedade se comportar como um só indivíduo, tendo cada cidadão ciência de seu papel no grupo e sabendo que uma agressão ao outro é na verdade uma agressão à todos, inclusive a ele.

      Vários filósofos pensaram sobre a sociedade, em destaque neste texto Jean-Jacques Rousseau, que trouxe a teoria da Soberania Popular, para ele o povo seria o verdadeiro Soberano, e não o Estado, sendo os líderes políticos meros representantes do povo.

       Rousseau pertence à classe de filósofos chamados Contratualistas, corrente que afirma que a sociedade surge a partir de um contrato social, onde o homem desiste de parcela de sua liberdade para que o Estado o proteja de perigos externos, como animais e outros grupos humanos.

        Em resumo, para tais filósofos, a vida em sociedade é vital para a sobrevivência humana, pois anteriormente ao contrato social vigorava o Estado de Natureza, onde predominava a lei da selva, a vontade do mais forte em detrimento do mais fraco. A vida solitária, portanto, era muito difícil, o que resultou, naturalmente, em agrupamentos humanos.


       Assim, para que seja possível a vida em sociedade, os homens devem agir com harmonia, isto é, devem viver de forma que o interesse geral, o do povo, seja atendido, o homem concorda com a ação limitadora e coercitiva do Estado, de modo que, quando o indivíduo age em desacordo com os interesses da sociedade está agindo contra a sua liberdade, pois concordou em agir em prol da coletividade.

      No ponto de vista da corrente contratualista, aquele que infringe uma lei, desde que elaborada de forma democrática, está perdendo a luta da razão contra o lado emotivo da mente humana, quer dizer, está agindo não de forma livre conforme a sua vontade, mas sendo influenciado por outros fatores, como sentimentos, emoções, desejos, vícios, pecados, questões psicológicas e etc.

Sobre a sociedade leia também estes artigos: 

Quem Controla o Povo?
Somos Todos corruptos?
O Estado Deve Conceder Remédios de Forma Gratuita?




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7 comentários:

  1. Muito interessante seu argumento, mas será que tal egoísmo e violenta não é próprio da nosso instinto animal, negado e subjugado pelo interesse de uma minoria manipuladora e controladora desse status injusto com a natureza humana?

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    1. Concordo com você, a psicanálise de Freud pode explicar esta questão. No seu tratamento como psicologo Freud por diversas vezes percebeu que certos distúrbios tinham como causa um sentimento retraído que fica escondido na psique.

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  2. Se fazemos parte da maioria massacrada e se nos deixamos subjugar pela minoria manipuladora, porque nos permitimos se podemos também manipular? Não haverá desvio de caráter de um lado e o fantasma do eterno escravo coitadinho do outro e o ego exarcebado de ambos? Que loucura. Esqueci o restom

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  3. Os únicos que conseguem manipular são aqueles que possuem o conhecimento. Nao vejo da forma que você estipula, é muito mais complexo do que isto.

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  4. Sim, você pode ter toda a razão mas não se esqueça que nem sempre o conhecimento fortalece o manipulador e sim quem detém o poder, que por sua vez, não precisa necessariamente do conhecimento. Grandes manipuladores enriqueceram e manipularam grande parte da sua vida pirque simplesmente tinham o poder nas mãos.

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  5. Não digo a maioria mas uma grande parcela de manipuladores usam sua inteligência que é grande aliada.

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