quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Paradoxo da Sustentabilidade: Poluição do Meio Ambiente


Há aquela famosa frase clichê - O Planeta é a nossa casa, cuide dele -  A preocupação com o meio ambiente é cada vez maior, mas de forma contraditória, a poluição também aumenta em igual proporção - ou até maior - Isto é um Paradoxo: 

O Paradoxo da Sustentabilidade!!


Todo mundo sabe que a poluição, o uso não racional dos bens naturais afeta o planeta como um todo, no entanto, poucas são as medidas realizadas para reverter o atual estado clínico do planeta, sim, o planeta está doente e nós, como seus habitantes, pouco fazemos para buscar a cura.

Comportamento é um tanto doentio, não é nada saudável e ordeiro conviver pacificamente com práticas que importem em prejuízos ao sistema ambiental como um todo, pois nós seres humanos fazemos parte deste sistema, fazemos parte do meio ambiente. É o que Edgar Morin, no livro Terra Pátria, tratou como Agonia Planetária. 

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A humanidade está imatura em relação à educação ambiental, não existe uma cooperação internacional eficiente o suficiente para superar a situação problemática, a crise ecológica, não há um regramento econômico em nível mundial, o que produz uma grande concorrência no mercado mundial acarretando especialização das economias locais ou nacionais.


Isto em parte é um problema, em parte, do capitalismo voraz, não que se defenda o comunismo, que pode ser igualmente nocivo ao meio ambiente. O ponto é que o mundo pós-guerra tornou-se altamente dividido e competitivo, há no ar uma atmosfera de austeridade, cada nação enxerga as outras nações como possíveis inimigas, até mesmo as aliadas, como se o seu desenvolvimento depende-se do fracasso do outro Estado. 

A problemática relatada no parágrafo anterior foi intensificada pelos perigos do nacionalismo, quando se tem uma paixão cega pela pátria e ódio irracional por tudo que é estrangeiro, ainda além, uma desconfiança mútua, a cooperação internacional se torna impraticável.

A competição entre as nações é um dos fatores do PARADOXO DA SUSTENTABILIDADE, pois, atualmente, busca-se de forma velada o desenvolvimento individual de cada Estado-nação, e se tem ainda uma não necessariamente verdadeira consciência que "nós devemos poluir para lucrar mais, pois o outro país também irá poluir para desenvolver-se, e se não poluirmos sairemos atrasados nessa corrida maluca, chamada economia mundial". Nas palavras de Edgar Morin:

"O desenvolvimento tem dois aspectos. De um lado, é um mito global no qual as sociedades industrializadas atingem o bem-estar, reduzem suas desigualdades extremas e dispensam aos indivíduos o máximo de felicidade que uma sociedade pode dispensar. De outro, é uma concepção redutora , em que o crescimento econômico é o motor necessário e suficiente de todos os desenvolvimentos sociais, psíquicos e morais. Essa concepção tecno-econômica ignora os problemas humanos da identidade, da comunidade, da solidariedade, da cultura. Assim, a noção de desenvolvimento se apresenta gravemente subdesenvolvida. A noção de subdesenvolvimento é um produto pobre e abstrato da noção pobre e abstrata de desenvolvimento". (MORIN, Edgar. Terra Pátria Sulina, Porto Alegre: 2003, p. 78). 

Da mesma forma que o feudalismo foi a muito superado, a atualidade deve superar a ordem econômica vigente, para um mundo ambientalmente saudável não é mais possível admitir como certas condutas altamente protetivas, países desenvolvidos devem compartilhar suas tecnologias sustentáveis e inovações produtivas com os países subdesenvolvidos e não desenvolvidos, não por se tratar de um dever, mas porque tal medida traria benefícios mútuos.

Claro que não é fácil imaginar uma realidade nestes moldes, certamente que o debate deve ser aprofundado. No entanto, devemos sempre caminhar buscando uma realidade mais promissora e beneficia ao homem como indivíduo. É tempo de reconhecer que não possuímos nacionalidades, não somos brasileiros, americanos, argentinos, há de se respeitar as diferenças regionais, porém, reconhecendo que somos todos filhos da mesma pátria, a TERRA. 


Da mesma forma que o homem das cavernas aprendeu lentamente o uso de ferramentas e o manejo do fogo, o homem contemporâneo começa a explorar o ramo da sustentabilidade, ainda não se desenvolveu totalmente o conceito de sustentabilidade, devendo ser desmitificado que esta é inimiga do empreendedor, pelo contrário, os defensores do meio ambiente, ao menos os sensatos, possuem a noção que o desenvolvimento econômico possui igual importância à preservação dos bens naturais, porque os dois lados traçam uma linha de interindependência;

Leia mais textos sobre o Comportamento Humano:

Comportamento humano relacionado à sociedade
Ação Humana - Como funcionamos?

Encerrando este artigo por ora, concluindo o PARADOXO DA SUSTENTABILIDADE é que de fato existe uma consciência global das consequências do uso desenfreado dos recursos naturais, no entanto, há uma incapacidade de agir conforme estes preceitos sustentáveis, pois ao menos se tem uma falsa verdade que é necessário ameaçar o meio ambiente para ser competitivo e, portanto, sobreviver no mercado de capital.

Outro motivo que leva à este paradoxo é que, atualmente, ao menos neste país, parece existir uma necessidade de poluir para que o empresário consiga sobreviver, principalmente pela alta carga tributária e pelo pouco incentivo para atividades verdes, até mesmo porquê a grande quantidade de tributos faz que a tecnologia sustentável, geralmente importada, se torne altamente dispendiosa, o que torna praticamente impraticável a existência de atividades econômicas sustentáveis no Brasil.

Para superar este paradoxo é necessário reforçar os conceitos aqui trazidos neste texto, e demais outros, para que o espírito de vontade competitiva seja derrubado sendo substituído por um lógica de cooperação e sustentabilidade.





















Espero não ter encerrado a discussão sobre esse tema, considero um tema de alta relevância, portanto caso tenha algo a contribuir, até mesmo uma opinião contrária, comente!
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