terça-feira, 9 de junho de 2015

Filosofia Oriental

  Quando o assunto é filosofia geralmente se trata de pensadores gregos, romanos ou de outro canto do ocidente. Quanto aos livros acadêmicos, principalmente os de ensino médio, é raro um capítulo destinado à filósofos que não sejam os ocidentais.

  E quanto ao oriente? Não houve pensadores no outro lado do mundo? Ou o ocidente não os consideram importantes?

  Obviamente isso não é verdade,  tanto é que as religiões asiáticas, como o budismo e o taoismo, têm influência no modo de pensar de grande parte da população ocidental.

  Considerando que este ramo da filosofia foi um tanto quanto menosprezada pelo mundo ocidental, este texto tem como objetivo chamar atenção à linhas de pensamento negligenciadas. Boa parte da filosofia oriental serviu de base para religiões e modo de vidas espirituais.

  Então vou fazer comentários sobre alguns filósofos do oriente e seus projetos filosóficos:
  • Confúcio:
 Um dos homens mais influentes da Ásia, viveu na China entre 552 e 479 A.C,  tendo sua influência espalhado por toda Ásia com destaque no Japão e e Coreia, inclusive tornou-se ícone cultura na moderna China.

 Seu nome verdadeiro era Chiu Kung, mais tarde tratado como Mestre Kung, a grafia desta expressão pode ser traduzida de diversas formas, como: K’ung-fu-tzu, K’ung-tzu, Kongfuzi ou Kongzi, latinizado para Confucius entre os séculos XVI e XVII.

 Seguiu uma carreira brilhante como professor, tendo demonstrado vasto conhecimento em diversas áreas, como história, aritmética, poesia, musica e caligrafia.
Confúcio

 Apesar de não ter deixado nenhuma obra escrita, seus discípulos coletaram diversos provérbios do mestre e diálogos reunindo no livro Lun Yu (Os Analectos).  Os ensinamentos de Confúcio dão relevância para o respeito aos mais velhos e aos professores, destacando a importância da educação para melhorar a sociedade, valorizando não somente o acumulo de conhecimento mas também a construção do caráter.

 O  historiador Ricardo Gonçalves, da USP, afirma que a filosofia deste mestre impacta inclusive nos sistema econômico do Japão e dos Tigres Asiáticos, encorajando o desenvolvimento econômico. 
  •  Provérbios:
 "Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com os seus atos" "Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros"" Não são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador" "Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo"" Sonhar com o impossível é o primeiro passo para torná-lo possível"" O homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre espera tudo dos outros"" É melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão."

  • Buda Sidarta Gautama
  Filho de Sudodana, governante do reinado dos Shakias, no século VI a.C. Sendo príncipe era esperado a ele uma carreira de sucesso na política e na guerra, porém, previsões astrólogas, feitas enquanto ainda era bebê, contrariaram as expectativas de seu pai.

  Sidarta se tornaria um asceta, levando assim uma vida abastada de prazeres mundanos realizando práticas que purificam o espírito com o objetivo de adquirir uma grande espiritualidade.

  Sudodana indignado com a previsão que impediam seus planos para seu sucessor cercou seu filho com tesouros e riquezas. Ainda não permitia a saída para fora dos muros do palácio. Sidarta cresceu vendo apenas o lado bom e bonito da vida, não tendo em nenhum momento enfrentado a dor e o sofrimento.


   Viveu apenas em torno de modo material, desfrutando de prazeres carnais ao dispor de seus limites, não tendo assim contato com a espiritualidade. Assim foi feito por seu pai com o intuito de frear a profecia.

   Chegando à sua adolescência, insistiu pela permissão para passear para fora do palácio, assim, Sidarta teve contato com outra realidade, aonde não existia o luxo como no palácio, apesar dos cuidados de seu pai para que não vise tão somente coisas boas,  visualizou a fome, a pobreza e a morte. A noção da vulnerabilidade humana foi impactante para ele deixando-o triste e decepcionado ao ponto de que decidiu a encontrar a completa liberdade do sofrimento.

   Aos 26 anos, desistiu de sua vida como príncipe e iniciou sua vida como asceta em busca da verdade. Por seis anos de dura austeridade e compromisso com a sua busca não obteve a resposta para o fim do sofrimento humano, assim, seguiu para Gaia, atual Bodigaia, aonde por 49 dias e noites meditou sobre uma árvore.

   Buda foi tentado por Mara uma noite antes de sua iluminação, o demônio, oposto de Buda, enquanto Buda representa a luz, Mara representa a treva e a ilusão. O demônio ofertou à Sidarta uma vida de riquezas e de sucesso com lindas mulheres, mas para isso era necessário desistir de sua busca pela plena consciência. Mas Sidarta Gautama resistiu, tornando assim iluminado e Buda.

     Sidarta literalmente ensinou o caminho da sabedoria, dharma em sânscrito , fazendo que seus seguidores busquem a completa liberdade de sofrimentos e angústias.
  • Lao-Tsé (Taoismo)
  Lao-Tsé, traduzido como o mestre, viveu na China no século VI, autor do livro "Tao Te Ching", ou Livro do Caminho e da Virtude, que deu fundamento junto com os escritos de Zhuangzi ao Taoismo.

  Taoismo é uma doutrina mística e filosofia de vida que enfatiza a integração do ser humana à realidade cósmica primordial. Tem como base fundamental o TAO, pronunciado dau, cuja tradição limita sua própria realidade, que é ilimitada. TAO é ao mesmo tempo o caminho para a Essência como a própria Essência. É o gerador de todas as coisas.
  • Provérbios: 
 "As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras"" Ser profundamente amado por alguém nos dá força; amar alguém profundamente nos dá coragem"" Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias"
  • I Ching
   Traz um conceito que complementa o ensinamento do mestre anterior, o Yin e o Yang, que trata da dualidade oposta do universo em equilíbrio dinâmico, o bem e o mal, luz e trevas, masculino e feminino, divino e pecaminoso. Apesar de serem opostos se completam e dependem um do outro para a própria existência, não há luz sem trevas nem bem sem o mal. Logo, nada pode ser completamente bom ou ruim pois dependerá do ponto de vista.

    Assim, se deduz que nada existe no estado puro: nem na atividade absoluta, nem na passividade absoluta, mas sim em transformação contínua.


  

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