quarta-feira, 24 de junho de 2015

Ação Humana - Como funcionamos?


  Bem vindo, hoje trago o tema filosófico que tenta explicar a estrutura lógica da ação humana. Somos seres racionais, capazes de pensar e agir livremente conforme nossa vontade, mas o que nos motiva? Quais são os fatores que influenciam nossos desejos? Quais são os elementos envolvidos na ação humana?

Assim, este texto tentará explicar como funciona o processo de formulação da ação humana.

    A paixão pela busca do conhecimento das causas de todas as coisas é o que diferencia o homem dos outros animais, possui um desejo de espírito superior ao espírito de sobrevivência. É o único que possui a curiosidade inquieta, conceito que Leon Tolstoi trouxe em seu livro Guerra e Paz.

  Assim, traçarei alguns aspectos importantes desta matéria, buscando tratar não somente sob o aspecto da filosofia mas também analisar através de outras ciências correlacionadas, como a psicologia, psicanálise entre outras.

  Como sempre, convido o leitor a participar desta conversa, deixando nos comentários abaixo do texto sua opinião, caso possa complementar com mais conhecimento é muito bem vindo.

   Vamos começar:
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  • Vontade

   Do latim voluntas-atis (desejar), é a capacidade de realizar decisões, de fazer escolhas, resolver conflitos, tendência de desejo de algo, entre outros conceitos. O fato de termos vontade é angustiante pois significa ter que escolher algo em detrimento de outra coisa, significando a renúncia para a coisa não escolhida.

  Para poder entender sobre a vontade, suas limitações e características vou usar a Psicanálise, um campo independente da psicologia de investigação e análise da psique (alma, princípio da vida) humana  desenvolvida por Sigmundo Freud.

  Através da interpretação de sonhos e da conversa, a psicanálise tenta compreender o inconsciente humano para tratar algum distúrbio ou transtorno que incomode o paciente.

      Aqui, antes de prosseguir é necessário delinear, rapidamente, alguns princípios da Psicanálise:

  • Eros


 Eros é a definição de libido, é o instinto de vida é de auto-conservação das espécies e para a sobrevivência e reprodução do indivíduo.

Podemos fazer uma analogia com a mitologia grega, onde o Deus Eros (cupido na mitologia romana) é o deus do amor, o mais belo dos deuses, era responsável por disseminar o amor entre os homens.

 Representa a pulsão de vida, do qual possui processos de construção, um funcionamento conjuntivo, promove a ligação do sujeito com os elementos necessários à sua preservação.

  •  Tânatos: 
  O oposto de Eros, também um deus da mitologia grega, o deus da morte. É a pulsão da morte, significa a auto-destruição, o desejo de voltar ao estado inorgânico do qual veio buscando a redução da dor e das tensões vividas ( em outras palavras objetiva o repouso). Possui um funcionamento disjuntivo, desconstruindo o que o pulso da vida construiu. Segundo Freud (1920):
 o objetivo da vida é a morte, e remontando ao passado: o inanimado já existia antes do vivo(p.161).
  É importante notar que Eros e Tânatos estão interligados, influenciam a psique humana ao mesmo tempo, há aqui um dualismo de modos de pulsão, conforme explica Garcia-Roza:
“se a pulsão se faz presente no aparato anímico promovendo uniões, conjunções, ela é tida como de “vida”; se ela se presentifica no aparato anímico disjuntivamente, “fazendo furo”, então é tida como de morte” (Garcia-Roza,1995, p.162).

  • Princípio do Prazer 


 É querer satisfazer a vontade, ou o prazer, de maneira mais imediata possível, caso o indivíduo não satisfaça seu desejo, sua atividade psíquica se recolhe (movimento que Freud denominou "recalque").

  • Princípio da Realidade


 Configura-se como a noção de compreender que não é possível obter tudo que se deseja, e nem sempre, de imediato, e que as vezes não pode ser mantido ou ampliado.

Necessita assim haver uma entre o Princípio do Prazer e da Realidade, caso o prazer seja muito superior á realidade implicará em um conflito na psique.

  • Motivação


Intrinsecamente ligada com a motivação, que é a força para realizar a vontade, o impulso para alcançar os objetivos, caso contrário nada se realiza, haveria apenas um desejo reprimido, a psicanálise explica os efeitos negativos que a negação de desejos pode causar ao Inconsciente, podendo gerar apatia e agressão através de um processo psicológico. 

 A vontade por si só não é suficiente para que se complete a ação humana, é necessário algo a mais.

    O psicólogo Abraham Maslow, fundador da psicologia humanista, estabeleceu uma teoria no qual descreveu o processo do qual o indivíduo evoluí das necessidades básicas para superiores, como cognitivas ou estéticas. Porém, é necessário primeiro garantir as necessidades básicas, como alimentar-se, para se preocupar com necessidades mais supérfluas.
O homem não pode querer nada a não ser que ele primeiro compreenda que não pode contar com ninguém além de si mesmo; que ele esta sozinho, abandonado na terra no meio das suas responsabilidades infinitas, sem ajuda, sem nenhum objetivo além dos que para si próprio ele determinou, sem nenhum outro destino além do que ele forjou para si mesmo aqui na terra (from L’Être et le Néant / Being and Nothingness, 1943 – Jean Paul Sartre).

  • Prazer  



 O prazer por si só também é um elemento influenciador da ação humana, é o bem supremo almejado por todos. Logo, toda ação tem como objetivo alcançar o prazer, primeira satisfazer a vontade, mas por consequente ter o prazer de realizar a vontade.

      Ainda podemos dizer que também é o objetivo evitar a dor, Aristipo de Cirene fazia uma distinção entre os dois lados da alma humana. Para ele, existia o movimento suave da alma, que seria o que chamamos de prazer, e o movimento áspero da alma, ou seja, a dor. Já Epicuro de Samos defendia a libertação do sofrimento, da dor e da agitação para alcançar a felicidade.



   Resumindo, o indivíduo que queira ser escritor primeiramente ele terá uma vontade interna, depois precisará por esforço para realizar seu sonho, e se for persistente o suficiente, não desistir perante as dificuldades, poderá no final desfrutar do prazer de ter a meta cumprida.

   Assim, a ação nasce com o desejo inconsciente da psique humana que através de um longo processo psicológico que conecta a motivação com a vontade. Podemos concluir que a ação humana tem como elemento essencial a junção destes elementos: Vontade, determinação, persistência, e prazer.

Referências bibliográficas: 

http://www.rodadepsicanalise.com.br/2013/11/eros-e-tanatos-nossas-porcoes-de-vida-e.html

http://www.resumosetrabalhos.com.br/acao-motriz.html

http://amenteemaravilhosa.com/forca-de-vontade/

http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/topicosfreud.html

http://www.tatikarinya.com.br/2009/05/26/principio-do-prazer-x-principio-da-realidade-qual-e-a-relacao-desta-diade-com-a-educacao/

http://www.infoescola.com/filosofia/hedonismo/

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