sábado, 1 de agosto de 2015

Filmes com Filosofia #2


 Aprender filosofia e outras ciências do conhecimento pode ser mais divertido do que ler longos livros antigos e complexos. Trago aqui filmes que não necessariamente são sobre filósofos ou sobre a filosofia em si, mas que o assistindo podemos ter um momento de aprendizado e evoluirmos como pessoa e de divertimento ao mesmo tempo.
 Essa é a segunda edição da série, leia aqui a primeira que comentei sobre os filmes Batman e Matrix:

Vamos aos filmes de hoje: 



 Confesso que ao ver o trailer pensei que este filme seria somente mais um blockbuster com nada mais além de violência, sexo, tiroteio e poderes sobrenaturais. Porém, ao assisti-lo entendi que se trata muito mais do que isso, no fim do filme sua cabeça irá praticamente explodir tamanha a reflexão que este filme traz.

Antes da análise assista o trailer:
 

 Lucy interpretada pela gata da Scarlett Johansson, se envolve com a máfia chinesa e é forçada a traficar uma droga sintética dentro do seu estômago. Acidentalmente ela acaba absorvendo a substância fazendo o que ela ganhe super-poderes, incluindo a telecinesia, a ausência de dor e a capacidade de adquirir conhecimento instantaneamente.

 Ainda participam do filme Morgan Freeman, que interpreta o professor Norman, um cientista especializado na área cerebral e neurociência, ele desenvolve uma tese sobre a capacidade limitada do cérebro de 10% e o que seria possível caso alguém tivesse mais do que isso. O diretor é Luc Besson, o mesmo que produziu O Quinto Elemento, de 1997. Quer mais motivos para assistir? 



 Apesar de já estar comprovado que essa questão da capacidade de 10 % é mito, vários neurocientistas já desmentiram essa lenda. Veja as fontes:


 Mas podemos desconsiderar que o filme se baseia em um mito, afinal é uma ficção. Se dermos descrédito a todo filme que possui uma falha na sua tese científica todos os filmes do gênero estariam em risco, tipo os Vingadores ou Jurassic Park. Não teria a menor graça caso resolvessem retratar a vida como ela realmente é, aqui está a magia do cinema, a realidade já vemos todos os dias. 


 Conforme a capacidade cerebral crescia Lucy era capaz de realizar proezas cada vez mais incríveis, chegando a um ponto que não se parecia mais com um ser humano tamanho o seu progresso intelectual. No início era capaz de distorcer as leis da física com seu pensamento a seu bel prazer, mas com o tempo tinha poder sobre as pessoas obrigando-as a fazer o que quisesse. Lucy tem inclusive o poder de controlar a reprodução de suas células de maneira incrivelmente veloz, modelando seu corpo conforme a sua vontade. 



 Foi além disso, conseguiu controlar o espaço-tempo, uma única variedade de quatro dimensões. O que aconteceria se uma pessoa ou humanidade tivesse controle sobre o tempo, se pudesse avançar ou retroceder? Podendo modificar o passado e futuro? 


 Primeiro que podendo realizar proezas tão incríveis o homem não mais necessita mais de um Deus, porque ele se torna seu próprio Deus, alcança inclusive a imortalidade caso tenha controle sobre o espaço-tempo. 

 Tente imaginar uma realidade onde um ser humano estendesse sua capacidade cerebral a níveis nunca antes sequer pensados, o que este ser faria? Faria o bem ou o mal? Ainda seria um humano? Podemos ainda pensar em relação à ética e a moral, este ser teria empatia quanto ao restante da humanidade ou se seria um peixe fora d'água? Quais seriam seus valores morais? E por ai vai.

 Essa discussão pode ir mais longe. Se considerarmos que em um determinado momento, não importando exatamente qual, algum humano conseguiu ter controle sobre o tempo, podendo modificar o que quisesse, o Deus que cremos e conhecemos pode ser este indivíduo. 


Sociedade dos Poetas Mortos


 Primeiro, gostaria de dizer que este filme me emocionou e continua a me emocionar cada vez que o vejo, principalmente pela sua grande carga simbólica e o que ele representa. O filme Sociedade dos Poetas mortos estreou em 1989, conta a estória de um grupo de rapazes que frequentam um colégio internato, a Academia Welton, exageradamente rígido, tradicional e conservador. Porém no meio de professor John Keating, interpretada por Robin Williams, ao contrário dos demais professores não é nada ortodoxo, seus métodos de ensino peculiares incentivam os alunos a lutarem por suas convicções e paixões pessoais. 

Veja o trailer:


 Traz um importante mensagem, Carpe Diem, expressão em latim que significa aproveite o dia, não exatamente um dia específico, mas aproveitar a vida o máximo possível sem preocupações com o futuro. 


 Keating faz o seus alunos compreender que a vida é mais do que apenas ter uma boa profissão, um bom futuro, a vida também é o presente, precisamos aproveitar não somente o futuro como também o presente, de nada adianta garantirmos um futuro promissor se este não valer a pena viver. 

 Epicuro de Samos, principal filósofo do Epicurismo, também seguia essa linha de raciocínio, para ele é necessário um moderação entre o prazer e a dor, para ser feliz é necessário buscar a ausência de dor, de angústias, porém uma vida regada somente com prazeres também pode ser problemática.

Mas sinceramente, nos dias atuais com a modernidade, principalmente pela grande concorrência do mercado de trabalho há um certo conflito entre o carpe diem e o sentimento da necessidade de se preparar para o futuro, para conseguir um emprego. E está exatamente ai a fonte de boa parte da angustia do ser humano, esta dicotomia entre querer aproveitar o dia enquanto ainda tem-se tempo, mas a ciência do dever de estudar. 

A chave, portanto, é o equilíbrio, afinal, aquele que apenas quer se divertir não poderá aproveitar sua vida por completo, mas vai de cada um viver um ano como um rei, ou dez como um rato.


Esse filme tem frases épicas veja: 


"Eu subo na minha mesa para lembrar a mim mesmo que devo constantemente as coisas de uma forma diferente"

Cena do filme:

Caso tenha gostado, compartilhe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário